Depois de percorrermos juntos a jornada do Advento – despertandopara a esperança, aprendendo a acolher, fortalecendo o coração com uma espiritualidade profética e renovando nossa disponibilidade para o chamado –chegamos ao Natal.
Hoje celebramos o fato de que Deus não permaneceu à distância: ele manifestou sua graça, entrou em nossa história e fez sua morada entre nós.
O Natal não é apenas uma lembrança; é uma experiência viva. Deus continua a nascer onde a vida parece frágil, pequena ou ferida, e nos convida mais uma vez a renascer filialmente.
Damos as boas-vindas à Palavra
Caro irmão:
A graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos e a levar uma vida sóbria, justa e piedosa, aguardando a felicidade que esperamos e a manifestação da glória do grande Deus e nosso Salvador, Jesus Cristo, que se entregou por nós para nos redimir de toda iniquidade e purificar para si um povo próprio, totalmente dedicado às boas obras. (Tt 2, 11-14)
Essa Palavra nos lembra que a graça não é algo abstrato: ela tem um rosto, um nome e uma história. Jesus Cristo nasce para todos, se entrega por amor e nos ensina a viver de agora em diante de uma maneira nova: mais livre, mais justa, mais dedicada.
O Natal nos convida a reconhecer que a salvação é oferecida a nós hoje, na concretude de nossa vida e missão.
A determinação ilumina nosso caminho
“Se a filiação está no centro da identidade de Jesus, o Reino de Deus está no centro de sua missão. A vida de Jesus nos convida a nascer de novo (Jo 3, 1-21). Essa experiência espiritual é um dom e uma tarefa que somos convidados a empreender, uma conversão filial que não deixa de lado as feridas e cicatrizes que carregamos em nossa história, nem todo o bem e o amor que demos em cada etapa da vida. Deus continua a tornar frutífero o carisma que recebemos como dom na Igreja e nos encoraja a não deixar apagar o pavio que às vezes parece estar ardendo (Is 42,3)”. (Determinação 11)
O Natal nos revela o coração de Deus: um Pai-Mãe que se aproxima, que entra em nossa história como ela é, com luz e sombra, com feridas e presentes.
Renascer filialmente é aceitar essa graça, permitir que Deus nos gere novamente com confiança, esperança e amor, sem negar o que vivemos, mas permitindo que isso nos transforme.
Ele ressoa em nossa vida
O Natal abre um novo tempo. Deus continua a confiar em nós, continua a cuidar do carisma que recebemos e nos encoraja a não apagar a pequena chama que ainda arde, mesmo quando parece fraca.
Celebrar o Natal é deixar-se habitar por essa graça e permitir que ela se traduza em boas obras, em simples gestos de amor, em uma vida dedicada ao Reino.
Que graça você recebe de Deus neste Natal?
Que o Menino Jesus nos dê um Natal cheio de luz, paz e esperança, e nos ajude a renascer, mais uma vez, como filhas amadas.






