Na última quarta-feira de Cinzas, Graciela nos convidou a “fazer uma leitura lenta e orante da mensagem do Papa para esta Quaresma”. A partir disso, ela enfatizou:
“Não nos cansemos de fazer o bem, porque, se não vacilarmos, colheremos os frutos no devido tempo. Portanto, enquanto temos a oportunidade, façamos o bem a todos” Gal. 6, 9-10a.
Acontece-nos muitas vezes duvidarmos do que é bom, do que é bom, do que devo fazer… Quem nos ensinará o que é bom?
Poderíamos chamar a Semana Santa de escola do bem. Convidamos você a aproveitar o evangelho de cada dia para olhar para Jesus e deixá-lo ensinar-lhe o que é fazer o bem.
O Domingo de Ramos é o tempo de Deus. Perceba que a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém é uma entrada humilde. Humilde porque entra nas costas de um animal “deselegante”, da vida cotidiana, do trabalho na terra, acostumado com o fardo, o sol e a chuva. Humilde porque se permite ser aclamado, mas não acredita, não se apropria, não se alegra, se junta à alegria do povo, mas não se deixa levar por ela. Ele mantém, como diríamos, seus pés no chão. Ele conhece sua missão, ele conhece seu destino, ele sabe quem é seu centro.
Mas o Evangelho da Missa de hoje não é a entrada em Jerusalém (que se lê no início), mas a Paixão do Senhor. Este é o mistério central da fé cristã, da comunidade, que seremos assimilados ao longo da semana. A Paixão que culmina com a Ressurreição.
Temos, então, uma espécie de dupla entrada para o mistério. A de Jesus em Jerusalém celebrando com o povo, mas que, na realidade, é a entrada para a Paixão. A alegria deste domingo tem a ver com toda uma paixão. A alegria profunda e serena de quem descobriu que sua vida é conduzida pelo Senhor.
Esta Páscoa de 2022 nos convida a encarar a vida como Jesus enfrenta a aclamação e o sofrimento. Aclamação que ele não se apropria, sofrendo ele não se afasta nem retorna. Ele a assume e assim a transforma em fonte de vida para sua mãe, para João, para aquele que é executado ao seu lado, para o centurião romano e para cada um de nós.
Peçamos a graça de que, seguindo Jesus Cristo de perto, possamos entender como Ele chama cada um de nós a fazer o bem neste nosso tempo, trespassado por Covid, pela guerra, pela agressão injustificada, por abusos ultrajantes, por dificuldades pessoais de toda espécie, por… Acrescente as circunstâncias de cada um e deixe que a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus as ilumine. E, ao iluminá-los, que apareçam os caminhos que nos levam a dar esperança, alegria e consolo.