No coração de toda vida humana bate um anseio que nunca envelhece: a esperança. É com essa certeza que o Papa Leão XIV dirige sua Mensagem para o Quinto Dia Mundial dos Avós e Idosos, lembrando-nos de que a velhice, longe de ser um ocaso, é um tempo de bênção, graça e luz para aqueles que sabem olhar com fé.
Sob o lema bíblico “Bem-aventurado aquele que não vê desaparecer a sua esperança” (cf. Si 14,2), o Santo Padre nos convida a contemplar nossos anciãos como as primeiras testemunhas da esperança, guardiões de uma memória viva que sustenta a fé das novas gerações.
Pessoas idosas: sinais vivos do amor de Deus
A história da salvação está repleta de homens e mulheres de idade avançada, a quem Deus confiou grandes missões: Abraão e Sara, Moisés, Ana, a profetisa… Com eles, o Senhor nos mostra que a idade nunca é um limite para sermos instrumentos de sua providência.
Também hoje, as pessoas mais velhas e idosas são pontes entre o passado e o futuro, transmissoras de sabedoria e fé, e testemunhas de que mesmo na fragilidade física a força de Deus pode brilhar.
O Jubileu: liberdade da solidão e do abandono
O Papa nos convida a viver o próximo Jubileu como um tempo de libertação para nossos idosos. Libertação da solidão, do esquecimento e da indiferença. Ele nos convida a uma “revolução de gratidão e cuidado”, visitando, acompanhando e criando redes de proximidade com aqueles que caminharam tanto tempo antes de nós.
Pois visitar um idoso sozinho é visitar o próprio Cristo.
Amar e orar: liberdades que não desaparecem com a idade
Mesmo que o corpo enfraqueça, permanece intacta uma liberdade que ninguém pode nos tirar: a liberdade de amar e de rezar. A velhice, diz o Papa, é um tempo de renovação interior, de oração serena, da Eucaristia que fortalece e consola. É o momento de você continuar a ser uma luz para os outros, confiando na fidelidade de Deus.
Um eco em nossa espiritualidade: Madre Cândida e o cuidado com os doentes
Algumas ideias desse texto já foram compartilhadas em um artigo anterior, por ocasião do Dia Mundial do Enfermo. Dia Mundial do Doente.
Nesta ocasião, destacamos as coincidências de ambas as mensagens em três eixos principais que iluminam nosso caminho:
Cuidar dos doentes e idosos com ternura e gratidão, reconhecendo neles a face de Cristo.
Dar significado ao sofrimento: vê-lo não como um fim, mas como uma oportunidade de estar mais unido a Deus e de oferecer a própria vida pelos outros.
Mantenha a oração viva: como apoio, como alimento, como força para continuar amando, mesmo na fragilidade.
Um chamado a todos
Essa mensagem não é apenas para os idosos, mas para toda a comunidade. É um lembrete de que a esperança é contagiosa, de que cuidar daqueles que se foram antes de nós é também cuidar de nossa própria história e de nosso futuro.
Hoje, ouvindo as palavras do Papa e relendo a espiritualidade que herdamos da Madre Cândida, queremos renovar nosso compromisso de ser proximidade, ternura e conforto para os idosos e os doentes, e aprender com eles a arte de esperar confiando no Senhor.
“Pois feliz é aquele que não deixa sua esperança se esvair e a mantém viva, como uma chama que nunca se apaga“.