Há alguns dias, compartilhamos as palavras de Graciela Francovig, Superiora Geral das Filhas de Jesus, nas quais ela nos convidou a nutrir o profundo desejo de viver a partir da identidade de Filhas de Jesus. E nesta semana, enquanto continuamos a atravessar este período intermediário após o CGXXIX, de volta à nossa vida cotidiana e aos lugares habituais de missão de cada membro e de todos nós, aguardando a transmissão de suas decisões, este convite para viver em conexão com as profundezas da vida ressoa ainda mais fortemente.
E assim, em meio à vida cotidiana e à expectativa, a própria vida nos dá celebrações e coincidências que parecem casuais, mas que têm uma mensagem para aqueles que sabem como olhar com olhos de fé.
A Ascensão, a expectativa do Pentecostes, o Dia Mundial das Comunicações e até mesmo o Dia Mundial dos Recifes, que este ano coincidiu com a festa litúrgica, todos nos falam do mesmo chamado: ir fundo.
Algumas dessas comemorações parecem não ter conexão. Certamente não houve intenção de fazê-las coincidir, especialmente aquelas que seguem calendários diferentes, civis ou litúrgicos. Mas, partindo da premissa de que “coincidências não existem”, é um sorriso em nosso rosto nos aproximarmos e nos deixarmos iluminar por essas coincidências?
Ascensão e Dia Mundial das Comunicações
Na Ascensão, a Igreja também celebra o Dia Mundial das Comunicações. E o motivo é que as últimas palavras de Jesus antes de ser levado para o céu, segundo a Bíblia, foram:
Vocês receberão o poder do Espírito Santo que virá sobre vocês e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e “até os confins da terra”. E, tendo dito isto, foi elevado ao céu, à vista deles, até que uma nuvem o tirou de diante deles. Atos 1:1-11
Ele nos envia aos “confins da terra em busca de almas”, para comunicar a Boa Nova da vida, do perdão e do amor à maneira de Jesus. Ele faz de cada um de nós “comunicadores sociais”, comunicadores da esperança na possibilidade de um mundo verdadeiramente formado por irmãos e irmãs.
Além disso, essa festa da Ascensão expressa outra comunicação: a de Jesus que retorna ao Pai e, “sentado à sua direita”, descansa em uma conversa que se desdobra no envio do Espírito.
A Ascensão de Jesus se torna um sinal de comunicação: é um momento de diálogo, um tempo de amor compartilhado. Jesus e o Pai, sentados e em diálogo no Espírito, aparecem dessa forma como espaço e tempo de vida para os seres humanos, como o princípio de toda comunhão, X. Pikaza
Comunicar-se não significa falar muito, mas aprender a olhar para o outro como um irmão. “Compartilhem com mansidão a esperança que está no coração de vocês.” A mensagem para o LIX Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2025 nos convida a
Ascensão e Dia Mundial dos Recifes
No calendário civil, 1º de junho é o Dia Mundial dos Recifes. Este ano de 2025 coincidiu com o Domingo da Ascensão. Sentimos o quanto a natureza é um professor para nossas vidas. Sentimos, também nessa ocasião, que podemos aprender com a natureza o que a Ascensão de Jesus pode significar.
A Ascensão contém uma série de elementos simbólicos que devem ser considerados como os “símbolos” que são, em busca do significado profundo de sua linguagem.
Um desses símbolos é a imagem de “para cima e para baixo, para cima (e para baixo…)”. Para a maioria das pessoas, o “céu” (ou seja, a plenitude da vida) está acima (e o inferno, a destruição, está abaixo); portanto, subir é alcançar a vida plena, a felicidade, purificar-se, ascender da terra da morte para a altura de Deus….
Mas hoje sabemos que, no sentido cósmico, não há nem acima nem abaixo, que o universo é um todo no qual todas as coisas estão envolvidas… É por isso que, em vez de subir, preferimos falar em “ir fundo”, mergulhar, aprofundar, penetrar nas profundezas do mistério. Mais do que a altura, Deus seria a PROFUNDIDADE da vida. X. Pikaza
Para testemunhar a beleza, a cor e a riqueza dos recifes, você tem que mergulhar, tem que ir fundo, tem que se “molhar” e mergulhar…
Ao mergulhar nos recifes, podemos aprender valiosas lições de vida, entre elas:
- Resiliência e adaptação: Os recifes, apesar das pressões das mudanças climáticas e de outras ameaças, podem aprender a se adaptar e resistir.
- Biodiversidade e equilíbrio: a complexidade e a riqueza da vida nos recifes destacam a importância da biodiversidade para a saúde do ecossistema,
- Sustentabilidade e gerenciamento de recursos: os recifes são uma fonte de alimentos e recursos para muitas comunidades,
- Interconectividade dos ecossistemas: A interconexão entre os recifes e os sistemas terrestres demonstra que não existem ecossistemas isolados e que as ações em uma parte do planeta podem ter consequências em outras.
- Educação e conscientização: a beleza e a complexidade dos recifes podem inspirar a educação e a conscientização sobre a importância da conservação ambiental,
Em resumo, os recifes de coral nos ensinam que a saúde da natureza e a saúde das pessoas estão intimamente ligadas e que a conservação desses ecossistemas é fundamental para o bem-estar da humanidade.
A Ascensão nos chama para baixo
Nesta semana, a Ascensão e os recifes nos convidam a ir mais fundo, a aprofundar nossa vida, nossa missão e nossa comunhão.
Nesta expectativa de Pentecostes, que possamos nos permitir ser imersos nas profundezas da vida pelo Espírito, para descobrir as decisões do CGXXIX não como apenas mais um documento, mas como um chamado vivo e novo para comunicar, resistir, cuidar, estar conectados a Deus e uns aos outros. O que você acha valioso para a sua vida e a de sua família e comunidade no que podemos contemplar com a ascensão e a descida de Jesus aos recifes e às profundezas de nossa pessoa e de nossa realidade? Talvez nessa pergunta esteja a chave para você continuar caminhando com esperança.



