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Vicenta Guilarte fi encontrou a felicidade fazendo a vontade de Deus

julho 6, 2017

Fez 57 anos dia 6 de julho. Uma Filha de Jesus deu o último suspiro e tranquilamente regressou ao coração do Pai. Tinha 81 anos, e passou os últimos 33 anos de sua vida servindo o Senhor na portaria do colégio, dando carinhosa boas vindas às alunas, aos pais e a outros visitantes, aos sacerdotes que iam celebrar a Eucaristia e ao garoto que o ajudava, e praticamente a todos que passavam pela entrada da escola, especialmente os pobres e os necessitados.
Foi uma das seis primeiras Filhas de Jesus que se aventurou fora de Espanha em obediência à Madre Cândida. Tinha 32 anos; experimentou a dor da separação de pessoas queridas, Madre Cândida e  suas irmãs, e descobriu a alegria de estar unida a Deus fazendo Sua vontade. Ela escreveu à Madre Cândida logo após chegar a seu destino, depois de viajar 15 dias de barco, 05 dias de trem, e 15 dias enfrentando o mato a cavalo para chegar a uma terra desconhecida. Ela manifestou como sentia fortemente a separação da Madre Cândida e das outras irmãs, mas partilhou o que lhe passava no fundo de seu coração: “… porém, em meio a tudo isto, sentia um impulso interior que me levava a dizer: é coisa muito linda realizar em tudo a vontade de Deus; eu, agora, com esta separação, a estou realizando. E isto me animava e me anima, porque é a meta que procuro ter em tudo”.
Provavelmente esta experiência de Beleza, de Verdade e Bondade atraiu a ela as alunas, jovens que procuravam conversar com ela na portaria durante os descansos e depois das aulas. Eventualmente algumas se tornariam Filhas de Jesus, sendo conduzidas, como ela, a descobrirem como é tão lindo, de fato, fazer a vontade de Deus. Dela receberam lições simples de vida, como ver Jesus nos pobres, amar Maria como Mãe e Refúgio, lutar contra o egoísmo e dedicar-se diligentemente aos estudos, etc. Em poucas palavras, encontrar a alegria e a beleza em conhecer Deus e buscar Seu contentamento.
Apenas 9 anos após sua chegada,  já era conhecida pela ajuda que oferecia aos jovens seminaristas que se tornaram, depois, sacerdotes. Uma história particular ilustra isto. No ano de 1936, um seminarista de 19 anos passava pela cidade e foi visitá-la por recomendação do dono da casa onde estava hospedado. Esse senhor havia falado ao jovem seminarista que todos os seminaristas da cidade, e também os que por ali passavam, iam ao colégio para pedirem as orações da Irmã Vicenta. O jovem foi e ficou profundamente impressionado com sua simplicidade e humildade, e a experiência o motivou a fazer-lhe, fielmente, visitas periódicas no final do ano escolar; e este relacionamento durou até sua morte.
As irmãs que viviam com ela na comunidade, especialmente as que estavam iniciando sua vida religiosa, encontraram, em sua pessoa e exemplo, consolo para suas dificuldades, e receberam o conselho e o apoio de que necessitavam e que as enriqueceram, pois eram orientados à obediência, à abnegação e à profunda alegria e paz que as fortalecia em sua vocação. Suas superioras encontraram nela um apoio tranquilo e firme que as alentava nas dificuldades.

Em sua destinação anterior, ela viveu a dor de encerrar um trabalho apostólico dezesseis anos após a fundação. Era vice-superiora e teve conhecimento da decisão antes das outras irmãs; prudente, guardou o devido silêncio até que fosse feita a comunicação oficial. A comunidade sofreu muito e profundamente com essa experiência; ela, porém, partiu humildemente para seu novo “lar”, encontrando nisso, mais uma vez, a vontade de Des. Outras irmãs ficaram muito edificadas com seu testemunho.
Uma surpresa a esperava em sua nova destinação. Uma surpresa não somente para ela, mas também para as outras irmãs que chegaram a manifestar seu assombro. Naquele tempo havia duas classes de Irmãs: as professoras (irmãs mestras), e as irmãs coadjutoras que as ajudavam. Sendo ela uma irmã professora, lhe foi confiada a portaria, e ser porteira era um trabalho realizado pelas irmãs coadjutoras. As outras irmãs expressaram sua surpresa; ela, porém, aceitou o trabalho como a coisa mais natural.
Muito depressa, não foram apenas as alunas e as irmãs da comunidade que encontraram refúgio e apoio nela. Seu acolhimento se estendeu às famílias das alunas, aos jovens que iam conversar com ela. Finalmente, toda a cidade passou a conhecê-la ali, no seu atendimento à portaria. Quando o Senhor quis chamá-la a Si, Ir. Vicenta deixou este mundo pacificamente, após o bispo lhe ter pedido que rezasse pela diocese e pela Congregação. A cidade inteira parou por causa de alguém que havia passado 33 anos de sua vida fazendo naquele lugar a vontade do Senhor, no humilde serviço de porteira do colégio de Leopoldina. Em seu funeral o prefeito da cidade se aproximou das irmãs e disse: “Madre Vicenta não era apenas de vocês, era um patrimônio de Leopoldina”.
Hoje, os restos da Madre Vicenta Guilarte Alonso, Serva de Deus, descansam na Catedral de Leopoldina (MG, Brasil). Dali, ao lado da porta principal da Catedral, por dizer assim, como que indica a todos Jesus no Santíssimo Sacramento.
Obrigada, Senhor, por tê-la dado a nós e ao mundo!

Anna-María Cinco FI

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