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A assembleia termina, a sinodalidade continua

novembro 11, 2024

No domingo, 27 de outubro, a Assembleia Sinodal foi encerrada com a Eucaristia na Basílica de São Pedro, presidida pelo Papa Francisco, que nos deu uma bela homilia, que continuamos a aprofundar com grande alegria e com os desafios que ela nos apresenta.

A última semana foi muito intensa, com menos dias de Aula, mas definitiva para o encerramento desta reunião. No sábado, dia 26, passamos o dia inteiro estudando a minuta do documento final, antes de procedermos à votação ponto a ponto; como o documento é eletrônico, acabou sendo bastante rápido. Houve 951 emendas de grupo, ou seja, nas mesas-redondas, além de 100 emendas individuais, de modo que o documento final foi muito bem trabalhado e revisado.

Pessoalmente, acho que ele é aberto e amplo, o que permite adaptar as coisas a cada contexto, pois eles são tão variados que não é possível fornecer muitas diretrizes gerais.

Após a votação final, o Papa nos fez um belo discurso com a surpresa – que nos comoveu – de que o documento que acabamos de votar não precisava de uma Exortação Apostólica dele, ele mesmo o estava entregando ao Povo de Deus.

Foi realmente um gesto sinodal: tínhamos sido encarregados de pedir a contribuição do próprio Povo de Deus nas sucessivas etapas diocesanas, continentais e universais, e a síntese dessas etapas estava retornando ao seu ponto de partida, depois de ter sido aprofundada nas duas Assembleias.

Antes de encerrar os trabalhos, tivemos a oportunidade de dialogar com as Comissões que estão estudando os 10 temas que lhes foram confiados pelo Papa. Foi uma boa oportunidade para saber como estão progredindo e para ouvir – porque eles insistiram nisso – nossas contribuições e sugestões, que poderemos enviar para o endereço eletrônico da Secretaria do Sínodo nos próximos meses.

O ambiente foi muito cordial, com relacionamentos muito naturais – ficou claro que a grande maioria de nós já se conhecia -, com grande liberdade de expressão e respeito para ouvir e acolher as diferentes visões e situações que existem na Aula, com o imenso pluralismo que temos na Igreja.

Achei toda a experiência empolgante, porque tocou diretamente na vida da Igreja com suas luzes e sombras: experiências maravilhosas, pessoas que vivem em áreas de fronteira dando suas vidas, lugares onde ninguém quer ir e onde não falta a presença da Igreja.

Há também coisas que machucam, ritmos muito lentos que nos deixam impacientes, muita fixação no “business as usual”… muitos desafios, mas caminhamos. É preciso ter paciência para permanecer e o convite é voltar a Jesus e deixá-Lo ser o centro, com Seu Evangelho como programa de vida e, dentro da Igreja – sentindo que sou parte ativa e não espectador -, continuar apostando e impulsionando o máximo que pudermos.

Agora é o momento de dar continuidade ao processo iniciado na Igreja a partir dos vários lugares onde estamos.

Esta é a última das minhas crônicas. Agradeço a você por tê-las lido e continuaremos a nos encontrar na jornada sinodal.

María Luisa Berzosa González, FI -Roma.

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