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DO JAPÃO: “CASA BRANCA”

janeiro 24, 2017

DO JAPÃO: “CASA BRANCA”
Ao iniciar o ano 2017, desejamos partilhar com vocês o artigo que foi publicado, originalmente em japonês, na edição de 25 de dezembro do CATHOLIC WEEKLY [Semanário Católico] periódico nacional da Igreja Católica no Japão. O “Edifício Antigo do Convento de Hayama das Filhas de Jesus” ou mais conhecido como “Casa Branca” ou ” Casa Cândida Maria”; foi nossa primeira casa no Japão. Partilhamos parte de nossa história e nossa visão para seu futuro. A tradução foi feita por John T. Kawakami-sensei. Casa Branca também foi apresentada em um documentário produzido por uma conhecida cadeia de televisão japonesa exibido em todo o país em janeiro deste ano.
O edifício antigo de Hayama Convento de Filhas de Jesús está registrado como propriedade cultural nacional — Móveis e mobiliário ainda em uso —
Dia 18 de novembro, o Conselho Nacional de Assuntos Culturais apresentou ao Ministério de Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia o antigo edifício do Convento de Filhas de Jesus de Hayama (Município de Hayama, Prefeitura de Kanagawa) como um bem cultural tangível registrado. As irmãs sentiam certa sobrecarga na manutenção do antigo edifício, mas segundo informações, alguns novos projetos foram introduzidos por cidadãos.
Este edifício foi construído em 1914 como uma vila do Príncipe Imperial, Príncipe Higashi-Fushimi-Miya Yorihito (1867-1922).

  
Inclusive após a morte do príncipe, foi utilizado como vila, mas em 1952, depois da Segunda Guerra Mundial, converteu-se em propriedade da congregação. A diocese de Yokohama o havia comprado e deu a posse à Congregação; ele foi como uma base fundamental da congregação no Japão.
As características do edifício são as paredes exteriores brancas feitas de taboas de madeira e os porões de pedra lavrada. O interior foi reformado para o uso de retiros e a imagem de Maria Nossa Mãe está fixa, mas os móveis e todo o mobiliário do “período da vila” estão ainda em uso e levam a insígnia do crisântemo da família imperial.
Nos dias de semana, os pais do jardim da infância, em anexo, se reúnem ali e aprendem a Bíblia ou o idioma espanhol, e nos finais de semana, está aberto para uso da igreja ou de eventos locais.
A autoridade municipal de Hayama e seus vizinhos expressaram a esperança de registrar o edifício como um bem cultural tangível nacional. Com base neste pedido, a congregação começou os trâmites. A Ir. Yolanda Brandolin,fi diz que os trâmites ocorreram sem problemas devido a que o edifício já tinha sido eleito como um dos “Cem Edifícios da Prefeitura de Kanagawa”, mas, ao mesmo tempo, a manutenção estava sendo bem dispendiosa.
“A comunidade está composta por 11 irmãs, entre elas 6 têm mais de oitenta anos. A manutenção de uma velha construção de madeira custa muito, mas não tínhamos ideia de arrecadar fundos para isso. Além disso as instalações do antigo edifício não são adequadas, e por isso mesmo os membros da igreja o utilizam cada vez menos”.
Contudo, acrescenta: “há algo para aprender do edifício”. Por exemplo, embora o edifício seja de estilo ocidental, tem um quarto tradicional japonês na sua parte central. “Parece que o príncipe Higashi-Fushimi-Miya que havia estudado no exterior era um homem de mentalidade aberta. Seu próprio edifício nos recorda que valorizando a própria cultura, alguém se manifesta capaz de aceitar as culturas dos demais. Espero que este edifício ajude mais pessoas a se reunirem com outros e sirva como um lugar evangelizador ao se converter em uma propriedade cultural tangível nacional”.

Em janeiro de 2016 a população iniciou neste edifício uma reunião chamada ‘Hayama Tertulia’, que passou a ser realizada depois do “Salão Cultural para Preservar a Vila do Príncipe Higashi-Fushimi-Miya”, iniciativa com início em maio de 2015 e proposta à congregação como meio para arrecadar fundos para sua manutenção.
A reunião acontece uma vez por mês, e consta de três partes: (1) alguma apresentação musical ou palestras dos participantes (2) um recorrido pelo edifício (3) a festa.
Akemi Matsuo, um cidadão da cidade de Zushi, Prefeitura de Kanagawa, iniciador do plano diz: “O objetivo das reuniões é conseguir fundos, mas através delas encontrei participantes, quase todos estrangeiros no início; cada um conhecendo outros, escutando a sua “história”, e ficamos profundamente comovidos com as histórias das Irmãs. Agora, sinto que é mais importante fazer deste lugar um espaço “para intercambiar mutuamente e enriquecer o coração” do que recrutar mais pessoas”.
 “O mais gratificante para mim é que as Irmãs se comprazem em partilhar, chamando a isso ‘wakachi-ai’. Espero que seja uma oportunidade para que muita gente conheça a vila”.

Por Flor M. Florece fi

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