Em menos de um mês a Prefeitura de Paris abrirá dois campos de refugiados na cidade. Sinto calafrio diante desta notícia, porque é a primeira vez que são criados campos longe das fronteiras, e no coração europeu. A iniciativa é municipal, mas o governo francês a apoia com François Hollande e Manuel Valls, e com isso se confirma a recepção controlada de refugiados. Chegam a Paris centenas de imigrantes, alguns provenientes da denominada Jungla de Calais, que o Executivo francês começou a desmantelar depois que duplicou sua população, durante o verão. Isto provoca muitos acampamentos improvisados e insalubres enchendo as ruas de Paris e causando vários problemas na vizinhança dos lugares onde se encontram. É preciso fazer alguma coisa. Leio o editorial de “El Mundo” que pede uma política migratória firme contra os populismos. E aplaudo, porque neste momento a acolhida de imigrantes não é popular na França por causa do terrorismo; nem em outros países europeus, porque se tornou um elemento chave. Os populistas querem fechar as fronteiras.
E, precisamente hoje (9/9), celebramos o dia de São Pedro Claver, um exemplo de amor pelos mais pobres e marginalizados. “Enfrentou com heroísmo o tráfico de pessoas, e entregou sua vida no atendimento aos escravos que chegavam ao porto, reconhecendo Jesus naqueles que nem eram considerados pessoas. Ia ao porão dos navios onde eram trazidos amontoados, e aos armazéns onde os colocavam, para ajudá-los, curá-los, e ensinar-lhes a catequese. Ao fazer seus votos perpétuos colocou junto à sua assinatura a consigna de sua vida: “Pedro Claver, escravo dos negros para sempre”.
E eu? Como me envolvo na situação social que estamos vivendo? Que meios de comunicação influem mais em meus pensamentos e emoções? Como acompanhar este momento, dar uma palavra e ajudar a ser acolhedora para dignificar os seres humanos?
Silvia Rozas fi