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Mª Antonia Bandrés fi: “Toda, só e sempre, quero ser tua”

abril 27, 2017

Celebramos dia 27 de abril o verdadeiro nascimento à vida de Maria Antonia Bandrés fi. Com ela podemos aprender a entrega incondicional a Jesus, a totalidade na doação, a fidelidade no pequeno e no ordinário da vida: “ao fazer, fazer inteiramente” é como uma guerra à mediocridade.
Junto à nossa Fundadora, de quem todas recebemos o espírito de Filhas de Jesus que hoje nos une, coloquemo-la como intercessora junto a Jesus, e como exemplo na radicalidade do seguimento.

Expressões tiradas das anotações espirituais da Beata Maria Antonia Bandrés: “Em tuas mãos, meu Jesus, abandono-me incondicionalmente. Por Maria, tua misericórdia me receba porque toda, só e sempre, quero ser tua. Tu és meu princípio, fim e todas as coisas, e quero me orientar a esse céu que me preparas pela perfeita observância das santas regras e costumes das Filhas de Jesus, propagando o zelo pelas almas com o exemplo, a palavra e a oração.
Meus desejos de santidade são grandes, mas o espírito de sacrifício e amor à cruz, muito pequenos. Dá-me, Jesus, o coração desprendido dos santos, com uma sincera indiferença para tudo o que a obediência me ordenar, e que o cumpra sem desculpas, custe o que custar, pensando em tua vontade”.  

Compartilhamos sua vida
Nasce em Tolosa (Espanha) em 06 de março de 1898. Foi a segunda de 15 irmãos. Antonita sentia um amor entranhável a seus pais e irmãos, por isso, afetivamente, custou-lhe muito a separação quando ingressou no noviciado. Alguém a escutou dizer: “Somente por Deus eu os deixei”.
Naquele lar se vivia a fé e a caridade cristã. Sua mãe, Teresa, era uma mulher exemplar e santa, que soube ajudar os filhos a crescerem em tudo, especialmente no amor a Deus, a Maria e aos mais pobres e necessitados.
Sua saúde era um tanto fraca. Seus pais tiveram cuidados especiais com ela. A debilidade e o excessivo zelo dos familiares ajudaram a acentuar naquela menina um caráter sensível até a suscetibilidade, que nos primeiros anos chegou a preocupar sua mãe: “Que menina cansativa! Irá sofrer com este caráter!”. E sofreu sim, mas sem que se apagasse de seus lábios o sorriso, embora, algumas vezes, matizado pela melancolia.
Fez seus estudos no colégio de São José (Tolosa), fundado pela Madre Cândida que, lá, conheceu a encantadora Antonita ainda menina. Cativada por seu olhar profundo e transparente a Madre Cândida profetizou: “Tu serás Filha de Jesus”. Sem dúvida estas palavras ficaram gravadas com desejo de resposta fiel em seu coração, que já queria ser só de Jesus.
O amor à Virgem, que tinha germinado nos braços de sua mãe, floresceu no colégio marcado pela invocação da Virgem do Belo Amor. María Antonia Bandrés foi congregada mariana por méritos de conduta e aplicação.

Seu amor aos pobres e necessitados
Com eles compartia, desde menina, suas economias e tudo o que tinha, e soube sempre praticar as obras de misericórdia com simplicidade e naturalidade para que ninguém se sentisse ferido.  Para Antonita, seguir Jesus Cristo e estar próxima aos pobres era a mesma coisa. Aprendera de seus pais que o amor aos outros era um dever.
Primeiro visitava-os com sua mãe; depois, com 14 ou 15 anos, ia ao encontro deles com a simplicidade e humildade que a caracterizavam. Às vezes, quando o lugar ou a pessoa visitada poderiam supor algum risco, a acompanhava Francisca, uma empregada de sua casa, cúmplice na caridade e no silêncio com que Maria Antonia atuava em situações difíceis: aquela velhinha da favela que respondia com gritos e mau humor à sua ternura; o marido ameaçador que se acalmava somente quando “a senhorita” o esperava em sua própria casa, para evitar o terror das crianças; as operárias do sindicato, para quem ela era “diferente das demais, embora todas fossem boas”; lugares, pessoas nas quais a passagem de María Antonia deixou marcas..

Seu chamado
O chamado para ser Filha de Jesus encontrou seu coração bem disposto. A decisão estava tomada.  . Realizá-la era-lhe muito custoso, mas chegaria a bom termo: “É preciso chegar ao cume”. E Maria Antonia iniciou aquela subida, que nunca teve retrocessos. As pedras do caminho foram ferindo seus pés sem que jamais se detivesse para cobrir as feridas. Era natural sofrer por Jesus, “que tanto sofreu por nós”. Ter algo a lhe oferecer era uma compensação a seus desejos de doação total, porque, “ao fazer, fazer inteiramente”.

Entrega total para o bem de…
Movida por um impulso do Espírito Santo ofereceu a Deus sua vida por quem fora seu padrinho de batismo, o querido tio Antón. Por ter uma postura agnóstica, ele manifestou a Antonita seu desacordo quando ela foi ao Noviciado, mas logo compreendeu o gesto misericordioso de sua afilhada e descobriu, através dele, a misericórdia do Pai que o acolheu em seus braços em um dia de graça e de perdão, sob o olhar materno da  Virgem de Aránzazu.
Para os últimos instantes de Antonita estavam reservadas graças de paz e a consolação verdadeira: “Isto é morrer? Como é doce morrer na vida religiosa! Sinto que a Virgem está ao meu lado, que Jesús me ama e eu o amo…”

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