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CONFERÊNCIA DOS/AS RELIGIOSOS/AS DO BRASIL

julho 19, 2016

“Vida Religiosa Consagrada em processo de transformação”
“Eis que eu estou fazendo uma coisa nova. Ela já esta brotando e vocês não enxergam?” (Is 43,19)

A Conferência dos/as Religiosos/as do Brasil – CRB Nacional realizou sua 24ª Assembleia Geral, de 11 a 15 de julho de 2016, em Brasília-DF, com o objetivo principal de eleger sua nova presidência para o triênio 2016 a 2019.
A Presidente nacional da CRB em exercício, Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro foi reeleita por quase unanimidade para assumir a animação da Vida Religiosa Consagrada do Brasil nesse novo triênio.
“Ser eleita de maneira quase unânime é um sinal da predileção de Deus. Ele quer algo mais de mim. Ele se serve de cada um de nós. Ele quer contar com minha participação para animar a Vida Consagrada. Ele sabe do meu limite, da minha pequenez das minhas dificuldades, mas nós somos muitos e abraçamos esta causa de animar a Vida Consagrada no Brasil com mística e comunhão”, disse.
A presidente reeleita falou sobre suas perspectivas em relação aos projetos para o próximo governo. “Os horizontes e prioridades para os próximos três anos ainda serão compostos pela Assembleia, porém, pessoalmente creio que duas grandes forças de trabalho são fundamentais, a profecia e a comunhão.”
Para Irmã Maria Inês, estar à frente dos projetos dos sem voz e sem vez, é uma proposição da Igreja, e não um projeto meramente pessoal;  a Vida Consagrada, na Igreja tem a missão de anuncia a Boa Nova e denunciar tudo o que destrói o ser humano. “A comunhão também é proposta pelo Evangelho, pois Deus é amor e é no amor que ela vai enfrentando os desafios”, afirmou.
As reflexões e aprofundamentos sobre a Vida Consagrada e sua missão na atualidade, giraram em torno do tema “Vida Religiosa Consagrada em processo de transformação” e lema, “Eis que eu estou fazendo uma coisa nova”, inspirado no texto de Is, 43, 19.
“As cataratas nos impedem de ver as coisas novas que estão surgindo” (Thomaz Hughes,vd)
O biblista e missionário da Congregação do Verbo Divino, padre Thomaz Hughes, aprofundou o tema com os consagrados para o contexto atual da Vida Religiosa Consagrada.
Fundamentado no livro do profeta Isaías  e atualizando-o para os dias atuais, Hughges fez um paralelismo com as crises do povo de Deus, mostrando que estas, inclusive as Jesus de Nazaré e das primeiras comunidades, se tornaram oportunidades de crescimento e de renovação para quem tivesse um olhar de fé.
Para Hughes, as crises pelas quais a Vida Religiosa está passando são semelhantes e paralelas à crise do exílio em Babilônia, quando as estruturas que pareciam essenciais foram desmascaradas pela história com fundamentos humanos e conjunturais. Daí o povo teve que descobrir que Deus trabalhava em novas situações, com novas respostas.
“A ideia da colocação foi desafiar o nosso olhar da fé para que vejamos que a crise atual não é motivo de pessimismo, mas de otimismo, não a morte de um projeto,  mas um renascimento, não motivo de tristeza, mas de alegria para quem conseguir descobrir a ação do Espírito Santo na nova situação”, afirmou.
E a coisa nova, segundo Hughes não significa voltar às coisas velhas e simplesmente retocá-las. É Deus que recria sempre de novo para novas respostas e novas situações. O projeto é de Deus e cabe a nós tirarmos as cataratas espirituais para que vejamos o Espírito movendo-se nesta nova situação.
Otimismo e não pessimismo, porque crise é oportunidade.
No dia 13, à tarde e noite, cerca de 600 religiosos e religiosas consagrados se reuniram  em frente à Catedral de Brasília – DF, na Esplanada dos Ministérios, para celebrar os mártires da caminhada,  fazendo memória de religiosos e religiosas que deram suas vidas pelas causas sociais. Com orações e cânticos, as religiosas e religiosos consagrados protestaram contra a corrupção e lembraram das minorias no país,  clamando pela não violência nas áreas indígenas
Contrários à nova direção da Fundação Nacional do Índio – FUNAI, os religiosos lembraram da luta dos indígenas e pediram mais proteção. “Como consagrados e consagradas, estamos do lado dos pobres e a nossa situação é delicada no que se refere ao atendimento aos indígenas, os mais carentes da sociedade. Eles precisam de nos, e é um momento oportuno para estarmos juntos a eles”, justificou a presidente nacional da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro.
Na  “carta-manifesto” da Vigília dos Mártires, foi ressaltada a violência contra as mulheres e jovens carentes. No Brasil, a cada onze minutos, uma mulher é violentada. Em 2014, foram registrados 48 mil casos de estupro no país, 70% das vítimas eram crianças e adolescentes. Por dia, cerca de 80 jovens são mortos pela violência, e a principal causa é o homicídio.
A coordenadora da Rede Um Grito pela Vida, da CRB, que atua na prevenção do Tráfico de Pessoas, Irmã Eurides Alves de Oliveira, icm, fez alusão à carta dos mártires e convocou os participantes a não “dormir tranquilos sem preocupar-se com o sangue derramado. Isso porque Jesus veio dizer que não há maior amor do que doar a vida por seus amigos (Jo 15,13). E traduz que amigos e amigas são os marginalizados….
Também como gesto de comunhão, profecia e partilha, a CRB nacional enviou um grupo de 4 irmãs, para formar uma comunidade intercongregacional, em serviço ao povo africano, na Diocese de Pemba – Moçambique.
No dia 15, deu-se o encerramento da assembleia, com a celebração eucarística presidida pela Cardeal D. João Braz de Aviz e envio da nova diretoria.
Nossa Provincial do Brasil-Caribe, Irmã Sônia Regina Rosa, e Irmã Najane Barreto, da CRB Rio de Janeiro, participaram ativamente da assembleia e, certamente, virão com o “coração ardendo” para partilhar ricas experiências com nossas irmãs.
Alegremo-nos com esse novo tempo de profecia e comunhão com a CRB Nacional. Sim, está surgindo uma coisa nova. E já podemos enxergá-la! Contem com nossas orações.
(Extraído do Site oficial da CRB Nacional-Rosinha Martins)

Maria José Alves Machado, fi
Comunicação Portal FI

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