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Em memória de Maria Velasco fi

junho 13, 2016

Nestes dias de junho seguíamos com preocupada emoção seu estado de saúde, e dia 14 chegou-nos a esperada notícia de sua Páscoa, que nunca quereríamos receber… mas, sua vida pertencia ao Senhor – você bem o sabia, porque vivenciava isto – e como não iria aceitar que Ele dispusesse sua partida quando quisesse!
Ao longo deste ano a recordamos, dizemos melhor, nós a tivemos ininterruptamente presente; a ausência se fez presença no coração porque é verdade que o amor é mais forte que a morte.
Nas muitas e variadas vicissitudes da história cotidiana, ali e aqui, em sua querida República Dominicana, em América Latina e em Europa, e em Espanha e em todas as partes, a vida continua entre luzes e sombras, sem roubar nossos sonhos, ao contrário, oferecendo-nos multidão de desafios apostólicos que dão muito sentido à nossa vocação-missão, apesar de que muitas vezes nos vemos tentadas a desistir pela desproporção entre o que sonhamos e os meios, porém aí também a vejo e escuto: “vale a pena continuar, a entrega da vida não se perde, entregar tudo é o melhor que pode acontecer, é uma alegria”…
Também nestas circunstâncias e em muitas outras, você continua sendo minha irmã mais velha, minha referência de quem aprendo sabedoria, essa ciência que nos dá lucidez suficiente para distinguir e situar em seu justo lugar o essencial e o relativo, os fins e os meios sem alterar a ordem, para ver com realismo as dificuldades, mas não fazer delas o centro da vida…
Continuo vendo-a apoiando sempre qualquer raio de luz que apareça por onde for, por difícil que as coisas estejam, venha de onde vier pois, se for luz convém deixar-se iluminar para poder  avançar no caminho.
Obrigada, querida Maria, por continuar impulsionando os passos pequenos ou grandes da vida para a VIDA. Neste paradoxo de morte-vida, de tempo-eternidade, de ausência-presença… nos encontramos em profunda comunhão de carinho, de sintonia de ideais, de crer e apoiar poucas certezas -existirá alguma?- que nos alcançam para viver com sentido este trajeto do caminho que chamamos vida humana.
Continuamos caminhando juntas, porque esses fios invisíveis são delicadamente fortes para nos sustentar no “sim” incondicional e inamovível de que o Senhor caminha a nosso lado e, como aos de Emaús deixa o coração ardendo e nos dá sinais de vida com o pão e o vinho.
Obrigada, María, por ser e estar, por se fazer presente e vida desde a plenitude infinita e misteriosa, mas real. Obrigada, Senhor, por nos teres presenteado com Maria, mulher de totalidades que já goza contigo e junto a Ti.

Um abraço prolongado…
María Luisa Berzosa fi

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