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Comunicação e misericórdia: um encontro fecundo

maio 7, 2016

É nosso dia, comunicadores e comunicadoras. Parabéns!
Celebramos a 50ª Jornada Mundial com alegria festiva e também com o compromisso de continuar anunciando vida através de tantos meios como temos, hoje, ao nosso alcance. É um compromisso que aceitamos com gosto porque nos sentimos ponte para unir margens, para facilitar encontros humanos, porque podemos usar os recursos técnicos e tantos outros meios e aproveitar sua potencialidade para semear e promover bondade, alegria, beleza, e outros valores. Porém, sabemos que a ambiguidade dessas ferramentas pode nos dar resultados negativos.
Trata-se de escolher, comunicar, transmitir mensagem, e não somente informar. Às vezes, entre admirados e inquietados, assistimos o vai e vem de noticias que chegam a nós cada dia; também aparecem critérios de seleção e, sobretudo categorias. Não é tanto o que acontece, com as repercussões que pode ter em nível local e/ou mundial, quanto o tratamento que é dado a tudo o que vai acontecendo.
Há notícias dramáticas que logo passam, como que levadas pelo vento de outras que são mais “interessantes”; outras vezes, o lugar onde acontecem as desgraças tem seu reflexo no modo de tratamento, no esquecimento das mesmas, quase na ausência. Outras ficam na sobra. Em umas e outras há vidas humanas em jogo, dor, morte, destruição… A pergunta que permanece é: informar ou comunicar? O que transmitir e como fazê-lo? A misericórdia é a base para que nossa comunicação seja fecunda e promova vida onde houver morte.
Recorda-nos o Papa em sua Mensagem para este dia, sobre a qual refletimos em nosso encontro:
“Também os correios eletrônicos, as mensagens de texto, as redes sociais, os fóruns podem ser formas de comunicação plenamente humanas. Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração da pessoa e sua capacidade de usar bem os meios à sua disposição. As redes sociais são capazes de favorecer as relações e de promover o bem da sociedade, mas também podem conduzir a uma ulterior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos. O entorno digital é uma praça um lugar de encontro, onde se pode acariciar e ferir, ter uma proveitosa discussão ou um linchamento moral.
Peço que o Ano Jubilar vivido na misericórdia  “nos faça mais abertos ao diálogo para nos conhecermos e nos compreendermos melhor; elimine toda forma de fechamento e desprezo, e afaste qualquer forma de violência e de discriminação”.
Isto se pode aplicar à realidade cotidiana, em nossos colégios, em diversas associações ou grupos onde estivermos, nas famílias e comunidades, no esporte, na diversão, na  vida sociopolítica, cultural, econômica, religiosa… Onde acontecerem as notícias se tece a informação e/ou comunicação, e nós estaremos atentos, com os olhos e os ouvidos receptivos para que nada se perca… Depois, porém, nosso coração vai selecionando as páginas, o formato, os titulares, a extensão dos caracteres, o vocabulário, o tom… tudo o que converteremos em notícia que valha a pena comunicar com esse critério de “promover o bem da sociedade”…
Cumprimentamo-nos mutuamente, e renovamos nosso compromisso com muita alegria pelo apaixonante que é, para continuarmos unidos neste caminho que nos oferece tantas possibilidades como riqueza pessoal, e para continuar comunicando vida e humanidade.

María Luisa Berzosa FI

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